segunda-feira, 16 de abril de 2007

Evolução - de RPG à MMORPG

Já que agora sabemos três importantes conceitos de interação no ciberespaço (texto anterior), podemos discutir a respeito de dois tipos de jogos que necessitam desses requisitos e representam a evolução um do outro.
Segundo o site Espaço RPG, os jogos surgiram a partir dos tabuleiros de war games (jogos de estratégia de guerra com miniaturas) que depois ganharam livros recheados de regras. Em 1966, foi publicado o war game, “The Lord Of The Rings”(O senhor dos anéis), trazendo cenários épicos e mágicos aos olhos dos adolescentes, que resolveram complementar o jogo com a miniatura de um dragão. Então, surgiram os war games medievais, tendo como primeira publicação, o “Chainmail”, que depois de algumas reformulações feitas por Gary Gygax e Dave Arneson resultou no primeiro RPG datado do ano de 1974, Dungeons & Dragons (e que a maioria de nós conheceu através do desenho animado Caverna do Dragão, de 1983).
O RPG tem por sua característica a necessidade da criatividade, bom senso e coerência. Quem controla o jogo é o mestre, que deve estar atento para garantir o bom andamento do jogo e pronto para quebrar ou ignorar as regras se necessário. Os RPGs permitem uma infinidade de maneiras de se jogá-los, podendo ter tabuleiros de jogos, como os war games, até cenários teatrais com direito a fantasias e armas (fictícias), como no Live Action.
Com o passar dos anos, os computadores foram se tornando cada vez mais populares e foi necessária a digitalização dos RPGs. Então surgiram os MMORPGs (Massive Mulitplayer Online Role Playing Games), que são os RPGs de computador para serem jogados por um enorme número de pessoas. Existem inúmeros jogos (alguns estão na lista de links no final do texto) assim, mas o que mais se destaca nos últimos anos e é uma febre mundial que cresce assustadoramente chama-se Second Life.
O Second Life “é um ambiente virtual em que avatares (...) podem interagir”[GUNN: 2007]. Seu sucesso pode ser explicado pela possibilidade do próprio jogador construir o ambiente do jogo. Nele é possível a construção de casas, lojas, roupas e acessórios, assim como na vida real (daí Second Life, segunda vida em português), porque o Second Life é um arquipélago desabitado e em expansão. Mas para isso é necessário cadastrar-se e pagar aproximadamente U$ 10 por mês (você precisa ter um cartão de crédito internacional), com direito a um terreno e uma mesada em liden dollar, a moeda oficial do jogo.

Já existem pessoas que namoram, se casam e mais do que isso: ganham dinheiro com o jogo. Em alguns jogos como World of Warcraft (WoW) já era possível ganhar dinheiro, porém de forma ilegal (em Tijuana, no México, garotos eram contratados como mão-de-obra barata para jogar exaustivamente WoW extraindo minério de ferro das montanhas virtuais que é comercializado dentro do jogo e cambiado em dólar). No Second Life você pode negociar ou comprar tudo aquilo que é produzido no jogo e legalmente, até mesmo avatares e depois todo o dinheiro conseguido no jogo pode ser convertido em dólar e depositado em sua conta. Até empresas de alto prestígio estão abrindo filiais virtuais no jogo para publicidade; a IBM (criar link) tem feito reuniões no jogo através dos avatares de seus funcionários. Mas este novo jeito de jogar vem criando várias polêmicas. Existem autoridades políticas que já estão discutindo se haverá cobrança de impostos sobre os bens virtuais. Também está sendo levantada a questão de que se houver problemas judiciais (alguns advogados já estão instalando seus escritórios no arquipélago virtual só à espera de novos processos) dentro do jogo, os avatares ou os usuários que deveram responder legalmente?
É visível que o Second Life é a evolução do RPG. Os dois têm bases muito parecidas embora, o RPG tenha um objetivo definido a ser atingido e os MMORPGs, como o Second Life, ofereçam a possibilidade de vários objetivos e eles não acabam nunca, pois sempre há a possibilidade de se estabelecer novos objetivos.
Nestes dois tipos de jogos podemos ver como é necessária a imersão, a criação do avatar e a nossa ligação com a parte física de cada um deles (RPG: livro de regras e histórias; MMORPG: computador). Somente com esses três pré-requisitos bem resolvidos é que nos mergulhamos e participamos ativamente do jogo ou de qualquer outra coisa que queiramos fazer.

Com relação ao Second Life, por ser um campo desconhecido, ainda existe muita especulação e desconfiança, o mesmo que aconteceu no auge do RPG. Muitos apostam que o jogo fique apenas como um jogo, mas talvez ele guarde muito mais surpresas do que possa-se imaginar. Particularmente, não acredito que possam ser substituídas as relações pessoais, em que é necessário dois corpos físicos ou mais, porém vejo este novo jeito de “jogar a vida” como mais uma ferramenta para a evolução.
Obs.: ‘Multiamigos’, não se assustem com o tamanho do texto, mas é que tem muita coisa sobre o tema. É um caso excepcional!

Referências:
KAMINSKI, Omar. Second Life - Realidade virtual repete os problemas do mundo real. Acesso em: 12, abr. 2007. Disponível em: Instituto Brasileiro de Política e Direito da Informática IBDI
<http://www.ibdi.org.br/webnews/noticia_ibdi.php?id_noticia=825&>.
VERSIGNASSI, Alexandre. SURCIN, Marcelo. Grana Online. Acesso em: 12, abr. 2007. Publicado na Edição 238 - 03/2007. Disponível em: Abril.com - Super Interessante <http://super.abril.com.br/super/conteudo_222222.shtml>.
Wikipédia, a enciclopédia livre. Second Life. Acesso em: 12, abr. 2007. Dispnível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Second_Life>.
Espaço RPG - Portal Brasileiro de RPG. A História do RPG e da TSR. Acesso em: 12, abr. 2007. Disponível em: <http://www.espacorpg.com.br/modules.php?name=Content&pa=showpage&pid=17>.
GUNN, Angela. O que é o Second Life? Acesso em: 12, abr. 2007. Disponível em: IDG Now!
Wikipédia, a enciclopédia livre. RPG. Acesso em: 12, abr. 2007. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/RPG_%28jogo%29>.
Imagem do Live Action:

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